terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lindo vídeo *-*

"Helena", amor e realidade

Sábado terminei de ler Helena (Machado de Assis). O resumo é que eu quase desisti de ler nas primeiras páginas, deixei o livro parado por mais de um mês; mas peguei gosto lá pela página 20 ou 30, e fiquei presa ao livro da metade para frente, tanto é que li 79 páginas sem nenhum intervalo. Mas odiei o final!! E odeio, detesto e abomino mais ainda o fato de que, apesar do tom byroniano do "morrer (literalmente) de amor" ser oposto ao realismo - tal como aprendemos nas aulas de literatura -, esse final se aproximou muito da realidade. Acontece que a vida tem dessas de não seguir convenções e vira e mexe assim como inspira autores como Machado de Assis para escrever suas histórias de amor, inspira também um certo sentimento - seja paixão, amor ou atração - em algumas pessoas e escreve essas próprias histórias da forma como lhe apraz, às vezes segue os poetas realistas e inventa um amor seco e pé no chão; às vezes segue os parnasianos e inventa um amor perfeitamente lindo, mas só na forma, enquanto o conteúdo muitas vezes se esvazia depois da segunda leitura; às vezes segue os surrealistas e inventa os amores platônicos; mas quase sempre, ela usa da mesma inspiração que dá aos poetas românticos e escreve um amor cheio de idealismos, dificuldades, tragédias, heroísmos, religiosidade, pureza e todos aqueles ornamentos do amor que com certeza você que está lendo também já sentiu ou ainda sente. Odeio mais ainda o fato de que o desfecho trágico do amor de Helena e Estácio e todas as circunstâncias, todo o sofrimento que envolveu a convivência desse casal não é algo limitado à literatura. E nem tampouco é incomum. Amores proibidos; amores que não deveriam existir; amores que morrem por causa da sociedade que os cercam ou que nascem por incentivo dela e depois custam a morrer; amores que parecem mais uma areia movediça; amores que não nasceram para dar certo; amores que não existem para a felicidade... Quem nunca teve algum desses? Tão parecidos com a ficção daqueles que vivem com a cabeça na lua e embebedados em seus amores... E tão reais e comuns, que podem ser encontrados em qualquer esquina... Entretanto, nem por isso são menos "amáveis".


Mas calma, o amor também não existe só para fazer sofrer... Sobre isso escrevo depois - hoje terminei de ler "A Viuvinha" :)