sábado, 17 de julho de 2010

Uma ave diferente das outras...

"Apertou os olhos em feroz concentração, prendeu o fôlego, obrigou-se a alongar a curva por mais um... único... mais um... centímetro. Nesse momento, porém, as penas se encresparam, perdeu sustenção e caiu.
Gaivotas, como todo mundo sabe, jamais tropeçam no ar, jamais perdem altura. Para elas, perder altura e cair é vergonha e desonra.
Porém Fernão Capelo Gaivota - sem sentir a menor vergonha, estendeu novamente as asas naquela trêmula e difícil curva, perdendo velocidade, perdendo, e caindo outra vez - não era uma ave igual às outras.
A maioria das gaivotas não se incomoda em aprender mais do que os rudimentos do vôo - como ir da praia até a comida e voltar. No que interessa à maioria, o importante não é voar, mas comer. Para essa gaivota, porém, o que importava não era a comida, mas o vôo. Mais do que qualquer outra coisa, Fernão Capelo Gaivota adorava voar." (Fernão Capelo Gaivota - Richard Bach)

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